Em seis meses de atuação em Rio Verde, a Força Nacional de Segurança concluiu 30 dos 43 inquéritos repassados à equipe. Ao todo, 19 pessoas foram presas, dentre elas nove policiais militares suspeitos de homicídios. Na manhã de quinta-feira (13/03), quatro PMs foram presos suspeitos de integrar um grupo de extermínio.
Segundo o delegado e coordenador da Força Nacional Fábio Rogério Silva, a equipe enfrentou dificuldades no início da investigação, já que a população se sentia coagida a denunciar os autores dos crimes. O delegado aponta que na cidade, impera a “lei do silêncio”.
“[Os autores] alteram a cena do crime, ameaçam testemunhas, têm o poder na mão para ameaçar porque tem o estado como escudo e isso realmente dificulta. Impera o silêncio e não há testemunha. Dificulta muito a identificação”, afirma.
Para familiares de vítimas desses crimes, a chegada da Força Nacional representou esperança de ter o mistério solucionado. É o caso de Olília da Silva Oliveira, mãe do comerciante Cleibismar Pereira da Silva, visto pela última vez há quase dois anos. Segundo a Força Nacional, três dos policiais presos são suspeitos de serem os autores do sequestro e desaparecimento da vítima. “Quero que eles fiquem presos, paguem pelo que eles fizeram. Que entreguem o corpo e digam: ‘nós fizemos por isso’”, diz Olília.
Quarteto
Segundo a investigação, os quatro policiais militares presos na manhã de quinta-feira agiam há cerca de oito anos e praticaram, pelo menos, três homicídios em Rio Verde. Os policiais devem responder por extorsão seguida de morte. Na cidade, eles eram conhecidos como "o quarteto".
Segundo a Força Nacional, os policiais são suspeitos de integrar um grupo de extermínio que tinha como alvos traficantes e usuários de drogas.
"São suspeitos de muitos homicídios dolosos, de formas banais, contra pequenos traficantes e usuários de drogas. São suspeitos também de associação para o tráfico. Até agora nós temos três homicídios confirmados. Eles foram indiciados por extorsão seguida de morte nesses três casos. Os agentes demonstravam terror para a população mais pobre, de classe média baixa", afirmou o delegado Rossilio Souza Correia.
Os policiais detidos também são suspeitos de formação de quadrilha e comércio ilegal de arma de fogo de uso restrito. A Força Nacional investiga se outros militares integravam a quadrilha.
Fonte: G1 Goiás